Tiago Andrade como Negro Cosme - foto de arquivo do grupo |
Esse trabalho em andamento (work process) faz parte do Projeto CARAS PRETAS EM MOVIMENTO que terá continuidade de experimentações teatrais nos próximos dois anos. A pesquisa versa sobre as questões afrodescendentes, com foco nas Estações da Balaiada, tema recorrente na vertente central do grupo à dez anos.
A proposta da encenação é penetrar nas camadas obscuras da história e levantar hipóteses sobre a veracidade da historiografia oficial que não dá conta do fato como todo, e muitas vezes deixa em aberto ou esconde outras possibilidades de interpretar a nossa história (do Maranhão e do Brasil) . A manipulação da memória coletiva faz parte da estratégia do poder, que mantém a opinião pública na unilateralidade da reflexão, direcionado o foco para os heróis que na verdade massacraram os ideais de liberdade e justiça de nosso povo.
“Não temos dono! Quem tem dono é cachorro. O Maranhão não tem dono. Não tem dono o Maranhão” (Fala de Negro Cosme in Caras Pretas de autoria do dramaturgo maranhense Igor Nascimento).
Anjo Infeliz com Brenda Oliveira, Carla Purcina e Ligia Cruz - foto de Taciano Brito |
Segundo o Grupo, a apresentação do fragmento do espetáculo NEGRO COSME EM MOVIMENTO dentro da Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, é de tamanha importãncia para a firmação do Teatro como transformador social, porque a responsabilidade com a temática abordada neste experimento corresponde aos anseios dos povos afrodescendentes do Maranhão, Brasil e América do Sul, pois Negro Cosme foi um líder popular que lutou pelos direitos humanos em prol da libertação dos negros, vaqueiros e índios escravizados no século XIX.
Apesar de o recorte histórico situar-se no período imperial brasileiro, acredita-se como Heiner Müller que “Ao contrário da tendência geral, aquilo que uma vez foi pensado, aquilo que se desejou, e o que foi tentado, não seja esquecido”, o que torna contemporânea a discussão ao questionarmos se hoje não somos “escravos de novo tipo”, com a mudança apenas de máscara do poder, como diz João Francisco Lisboa: “É sempre o mesmo teatro, com guarda-roupa e cenário novo, e repertório retocado e acomodado ao sabor dos tempos”.
No mesmo dia, às 19:00 hs, no Centro de Ciências Humanas, o mesmo experimento será apresentado no Seminário A REINVENÇÃO DA POLÍTICA: Contribuições da Educação, por acreditarem que as atividades extensionistas de seu projeto, possui este caráter formador político, ético e estético de seus educadores e artistas da futura cena maranhense.
Encerrando as atividades de 2012, o CENA ABERTA ainda participará do XII Encontro Humanístico do CCH, com comunicações orais sobre corpo e performance, e com apresentação no dia 06 de dezembro, às 18:30 horas, em diversos locais onde acontecerá o tradicional evento tradicional evento do Centro de Ciências Humans. Nesta apresentação, o Cena Aberta terá a honra de estar em cena com os alunos do Grupo de Teatro do CEMMM - Centro de Ensino Prof. Mario Martins Meireles - Pedrinhas, coordenado pelo prof. Luís Antonio Freire, companheiro de luta por um teatro de “efeito”, onde a reflexão política, faz parte da formação dos jovens.
A “pesquisa, encenação, experimento, performance/intervenção, formação em MOVIMENTO” faz parte da idéia que gesta no PENSAR-FAZER TEATRO do grupo. Essas idéias estão explicitadas na Teoria Genética dos Processos Criadores, muito utilizada nas Artes na Contemporaneidade. Não trabalhando com conclusões finalistas, mas com reflexões que abrem-se sempre em outros questionamentos, pois espaços diferenciados propiciam leituras também diversas, o que enriquece a percepção e a imaginação do espectador, lançando-o em um espaço onde ele terá por obrigação escolher o melhor lugar para assistir o espetáculo, podendo ele, inclusive mudar o foco de sua atenção para um outro ponto estratégico da área delimitada pela encenação. Assim, acredita-se que este seja um outro caminho para levar o espectador do futuro a fazer também escolhas, assumir junto com o grupo, a responsabilidade das transformações que todos desejamos para a nossa sociedade. A lei da perspectiva central amplia-se, e se o olhar pode buscar um outro ângulo para ver, a percepção também pode ser mudada e flexionar o espírito do espectador para uma aprendizagem menos diretiva e centralizadora, como tem acontecido no teatro tradicional, em dois séculos de domínio quase absoluto. O movimento das transformações sociais sempre iniciaram pelas margens, pois é nas margens que existe movimento. O centro hierarquiza funções e impede o movimento transformador.
A “pesquisa, encenação, experimento, performance/intervenção, formação em MOVIMENTO” faz parte da idéia que gesta no PENSAR-FAZER TEATRO do grupo. Essas idéias estão explicitadas na Teoria Genética dos Processos Criadores, muito utilizada nas Artes na Contemporaneidade. Não trabalhando com conclusões finalistas, mas com reflexões que abrem-se sempre em outros questionamentos, pois espaços diferenciados propiciam leituras também diversas, o que enriquece a percepção e a imaginação do espectador, lançando-o em um espaço onde ele terá por obrigação escolher o melhor lugar para assistir o espetáculo, podendo ele, inclusive mudar o foco de sua atenção para um outro ponto estratégico da área delimitada pela encenação. Assim, acredita-se que este seja um outro caminho para levar o espectador do futuro a fazer também escolhas, assumir junto com o grupo, a responsabilidade das transformações que todos desejamos para a nossa sociedade. A lei da perspectiva central amplia-se, e se o olhar pode buscar um outro ângulo para ver, a percepção também pode ser mudada e flexionar o espírito do espectador para uma aprendizagem menos diretiva e centralizadora, como tem acontecido no teatro tradicional, em dois séculos de domínio quase absoluto. O movimento das transformações sociais sempre iniciaram pelas margens, pois é nas margens que existe movimento. O centro hierarquiza funções e impede o movimento transformador.
"Estamos reinventando o futuro, somos fragmentos do futuro em gestação, e o que mais nós necessitamos é de um público co-produtor, partícipe da cena, que leve para casa as idéias que o Teatro sempre soube tão bem insuflar nos espíritos educados para que estes possam contribuir para as transformações necessárias que nossa sociedade tem urgência de ver realizadas" Cena Aberta
SERVIÇO
Fragmentos do Experimento teatral: NEGRO COSME EM MOVIMENTO
GRUPO CEN ABERTA
Dia: 28/11/2012 (quarta-feira)
na 7ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul por volta das 18:30h, entre a sessão de cinema das 17h e 19h no Teatro Cidade de São Luís.
no Seminário - A Reinvenção da Política: Contribuições da Educação, às 19h no Jardim Interno da Entrada Principal do CCH/UFMA.
Dia 06/12/2012 (quinta-feira)
no XII Encontro Humanístico do CCH, às 18:30 em diversos espaços do CCH/UFMA.
GRUPO CEN ABERTA
Dia: 28/11/2012 (quarta-feira)
na 7ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul por volta das 18:30h, entre a sessão de cinema das 17h e 19h no Teatro Cidade de São Luís.
no Seminário - A Reinvenção da Política: Contribuições da Educação, às 19h no Jardim Interno da Entrada Principal do CCH/UFMA.
Dia 06/12/2012 (quinta-feira)
no XII Encontro Humanístico do CCH, às 18:30 em diversos espaços do CCH/UFMA.
FICHA TÉCNICA
Texto Dramatúrgico: Igor Nascimento
Concepção Geral da Encenação: Luiz Pazzini
Produção Geral: Cena Aberta
Produção Executiva e Iluminação: Wagner Heineck
Assistentes de Produção: Ligia Cruz e Rodrigo França
Preparação Corporal: Ulisses Ferraz e Luís Ferreira
Preparação de canto e composição musical: Nuno Liláh Lisboa
Contra-Regra e Operação de Luz: Alterdã Cutrim
Designer Gráfico: Dinho Araujo
Elenco: Brenda Oliveira, Carla Purcina, Fernando Nascimento, Ligia Cruz, Luis Ferreira (Petit Mort), Marcelo Lopes, Nuno Lilah Lisboa (Petit Mort), Tiago Andrade, Tieta Macau, Victor Silper e Ulisses Ferraz.